Actualidadade: Mundial 2018: À espera do efeito BBC


As candidaturas de Portugal e Espanha assim como de Inglaterra à organização do Mundial’2018 travam uma luta de bastidores quase sem tréguas em vésperas da decisão do Comité Executivo da FIFA que amanhã vai escolher os países onde serão disputados os próximos dois mundiais.

A transmissão do muito esperado documentário “Panorama”, da BBC, na segunda-feira à noite, confirmou aquilo que se suspeitava há muito – vários elementos da cúpula de dirigentes do futebol mundial terão aceite, ao longo de anos, pagamentos ilícitos pelos seus votos em diferentes matérias e teme-se que isso possa voltar a refletir-se na decisão de amanhã.

A resposta da FIFA foi rápida e, ontem, através de comunicado, a organização lembrou que as acusações já haviam sido alvo de investigação criminal num tribunal suíço sem que nada tivesse sido provado.

Não deixa, contudo, de ser curioso verificar que os três acusados pela BBC, o brasileiro Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, o paraguaio Nicolás Leoz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, e o camaronês Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol, sejam todos muito próximos do presidente da FIFA, Joseph Blatter, e os dois primeiros declarados apoiantes da candidatura ibérica. Hayatou é tido como um potencial apoiante numa votação à segunda volta.

Alvos

A candidatura inglesa, que para muitos observadores próximos da FIFA acaba por ser a mais prejudicada com as alegações (no seguimento das que já levaram à suspensão de dois membros do Comité Executivo da FIFA, Temarri e Adamu), procura desvalorizar esses efeitos. Não menos estranho é que um quarto acusado pelo programada da BBC, Jack Warner, de Trindade e Tobago e presidente da Confederação da América Central, do Norte e Caraíbas, Concacaf (terá ganho milhões de euros com a revenda ilícita de bilhetes no Mundial’2006 e tentou fazer o mesmo este ano), seja o alvo principal da projetada visita do primeiro-ministro britânico a Zurique, amanhã de manhã. David Cameron terá decidido à última hora juntar-se à comitiva com o propósito de se reunir precisamente com Jack Warner e tentar assegurar os dois votos da Concacaf no Comité Executivo.

Ainda de Inglaterra chega o estranho (ou talvez não) pedido para que a Oceânia possa recuperar o seu voto. Recorde-se que um dos dois membros suspensos, Reynadl Temarii, do Taiti, decidiu interpor recurso do castigo de um ano de suspensão imposto pelo Comité de Ética. Essa decisão, de acordo com os regulamentos, impede que possa ser substituído por outro elemento daquela confederação, mas a candidatura inglesa defende que “deve ser dado o direito à Oceânia de expressar o seu voto” que, tudo indica, lhe seria favorável.

Sem comentários

A candidatura ibérica optou por não fazer qualquer comentário a todo este cenário. Não restam dúvidas que de um lado e do outro se ficará à espera do efeito BBC na votação de amanhã. Fonte Record por JOSÉ CARLOS FREITAS

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