Actualidade: Scolari abre o livro: o Chelsea, os palavrões e até Costinha



O antigo seleccionador nacional Luiz Felipe Scolari concedeu uma entrevista ao site da FIFA na qual abordou, sem rodeios, a experiência falhada no Chelsea, depois de deixar o comando técnico de Portugal, bem como algumas das suas principais técnicas de motivação de jogadores.

Numa altura em que está a orientar o Palmeiras, do Brasil, o «Sargentão» reiterou o desejo de terminar a sua carreira de treinador em 2014, de preferência a orientar uma selecção no Mundial. Mas caso não consiga esse objectivo, permanece uma certeza: para lá de 2014, não haverá Scolari no banco de nenhuma equipa.

«No Chelsea havia uma resistência à minha pessoa»

«A direcção ficou assustada porque ainda não tínhamos vencido nenhuma das grandes equipas. Percebo isso, mas só estávamos a dois ou três pontos da frente. E havia problemas de ambiente, um ou dois problemas com alguns dos jogadores de top. Havia uma resistência à minha pessoa, principalmente porque dois ou três jogadores tentaram impor a sua autoridade de uma forma que não achei correcta.»

«Kalou só sabia correr rapidamente»

«Sei que alguns jogadores melhoraram. Reparem no Anelka. Ele estava com dificuldades e de repente tornou-se o melhor marcador do Chelsea. O Ashley Cole não conseguia usar o pé direito e, depois, até já marcava com ele. A única coisa que o Kalou fazia era correr rapidamente. Não fintava muito bem e por isso colocámo-lo a driblar pinos. Ok, eu sei que era pinos mas ajudou-o a driblar adversários, algo que ele faz agora sem nenhum problema. E depois há o Drogba, que tinha uma lesão no joelho e está, agora, bem graças ao meu trabalho, não apenas dos médicos do clube. Não o deixei jogar com uma lesão e até tive problemas com ele por isso. Daqui a 20 ou 30 anos, vai-se lembrar de mim, de certeza.»

«Os jogadores percebem melhor as palavras mais fortes»

«A linguagem? Se não fosse o inglês, teria sido muito mais fácil para mim, porque poderia usar palavras normais e também aquelas que normalmente se ouvem num relvado. Aquelas mais fortes. Por vezes os jogadores percebem esse tipo de linguagem melhor do que quando falas com eles como um amigo.»

«21 dias é suficiente para preparar um Mundial»

«Muitos treinadores dizem que era preciso dois meses antes de um Mundial para preparar a equipa. Quanto a mim, se consegues ter os jogadores 21 dias antes, não tens desculpas. É tempo mais que suficiente para ter os jogadores em forma física e psicológica.»

«Em 2006, Costinha não jogava nem treinava e foi ao Mundial»

«Mesmo que um jogador não jogue num clube, posso aproveitá-lo para a selecção. Basta ver o caso do Costinha. Em 2006, não jogava nem treinava na Rússia. Sabíamos que tínhamos de fazer alguma coisa, por isso fizemos um acordo com o Belenenses, para ele treinar 15 ou 20 dias antes do anúncio da convocatória. Acreditei nele e foi titular no Mundial.

«Rivaldo vai ser titular, esteja em forma ou não»

«Quando assumi o Brasil, o Rivaldo estava a ser o jogador mais criticado. Por isso, na primeira oportunidade que tive - e recebi muitas críticas por isto - disse que ele ia ser titular nos próximos 10 jogos, estivesse em forma ou não. Como acham que ele ficou? Cheio de confiança! Do ponto de vista táctico acabou por ser o nosso jogador mais importante do Mundial 2002.» Fonte Site MaisFutebol

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