Actualidade: Ronaldo chegou dos céus sem prometer "milagres"



Estrela portuguesa aterrou no estágio de helicóptero. Ao descer à terra, lembrou que Portugal não é favorito a ganhar o Mundial

Do céu chegou uma estrela para o estágio da selecção nacional na Covilhã. Cristiano Ronaldo viajou de helicóptero e aterrou na cidade serrana às 13.55 de ontem. E, alheio ao burburinho mediático, deixou um alerta aos portugueses: "Sozinho não faço milagres."

Ronaldo foi o 21.º dos internacionais portugueses a chegar ao estágio da equipa nacional, na serra da Estrela (ontem, antes dele, chegaram, de carro, Miguel, Duda, Rolando, Bruno Alves e Raul Meireles). As atenções - da imprensa portuguesa e estrangeira - centraram-se no avançado do Real Madrid. E ele correspondeu, com uma chegada "à estrela de cinema": viajou desde Lisboa (onde tivera um compromisso publicitário) e aterrou no aeródromo da cidade serrana pouco antes das 14.00 - a viagem aérea era a única forma de comparecer no treino da tarde.

Recebido por dois elementos da Federação Portuguesa de Futebol e por Pedro Silva, este último vereador da Câmara Municipal da Covilhã (segundo contou ao DN uma das pessoas que assistiram à chegada), o futebolista logo entrou num Wolkswagen Passat, de vidros fumados, e seguiu para o Hotel Turismo (onde a selecção fica alojada durante o dia, mesmo ao lado do complexo desportivo). Aos cerca de 50 adeptos que o esperavam no aeródromo, restou o vislumbrar passageiro do jogador... e a presença no treino da tarde - teve a maior enchente do estágio: três mil pessoas nas bancadas e um "bruá" permanente, quando Ronaldo tocava na bola.

À chegada ao hotel, o atleta brincou com a viagem de helicóptero ("vim de bicicleta"), mas também fez declarações mais contundentes. "Não jogo sozinho, não faço milagres. Se estivermos bem, acredito que vamos longe. Mas a equipa só funciona com um grupo forte. A partir daí, tudo é possível", lembrou o jogador do Real Madrid. Depois, num discurso sério, com pouco sorrisos e "sem hipocrisias", o madeirense traçou as expectativas da selecção nacional para o Mundial 2010, na África do Sul. "Nós nunca ganhámos e, por isso, não somos favoritos. Mas nem sempre ganham os favoritos. Temos de pensar em fazer um bom campeonato. Depois, depende tudo do momento, de muitos detalhes", explicou, sem precisar até onde é que Portugal pode ir na África do Sul. "Não sei onde podemos chegar, sinceramente. O objectivo é ir o mais longe possível. Mas, neste tipo de provas, não chega ter dois ou três jogadores em grande nível. Precisamos de sete ou oito atletas a jogar muito, no máximo", alertou CR9.

Ronaldo afirmou, ainda, que o encontro de Portugal com a Costa do Marfim "será a chave" do Grupo G do Mundial: "Se ganharmos o primeiro jogo, está 50% feito". E preferiu desvalorizar as declarações de José Mourinho ("nem com Ronaldo a mil à hora Portugal tem hipóteses de ganhar o Mundial").

"Nestes cinco dias de descanso não li nada. Passou-me completamente ao lado tudo o que disseram de mim. Não quero dizer nada sobre isso. Só quero desejar boa sorte ao José Mourinho para a final da Liga dos Campeões", reagiu o avançado do Real Madrid. A fechar, respondeu também aos que acham que o português rende mais nos merengues do que na selecção: "As pessoas que dizem isso não percebem de futebol", disse. Fonte DN por Gonçalo Lopes

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