Vou tentar pôr a questão de uma forma o mais delicada possível: a presença de Carlos Queiroz ao lado de Pinto da Costa, na tribuna de honra do Dragão, foi o acto menos inteligente de um seleccionador desde que Scolari esmurrou um jogador sérvio.
Atenção: não estou a comparar a gravidade e o impacto das acções. Apenas a falta de lucidez e oportunidade comum a ambas.
É escusado ignorar que nesta altura existe em Portugal uma comparação tão inevitável como despropositada entre Queiroz e Scolari. Inevitável porque um sucedeu ao outro. Despropositada porque comparar os dois treinadores é apenas uma forma simplista de analisar a carreira da selecção. E, já agora, porque às vezes é um bocadinho irritante que as algumas pessoas ignorem o que de bom a equipa nacional fez antes de o brasileiro campeão do mundo chegar a Portugal.
Bom, mas a comparação existe e está longe de ser favorável a Carlos Queiroz, que ameaça dividir o que Scolari em parte uniu. E sublinho o em parte. Como na história de Astérix, faltou ao ex-seleccionador tocar o coração dos adeptos do F.C. Porto, pelo menos aqueles que seguem mais de perto a cartilha de Pinto da Costa.
Pois bem, que faz Carlos Queiroz depois de uma semana de críticas, umas justas, outras severas, meia dúzia mal intencionadas? Vai sentar-se ao lado do presidente do F.C. Porto.
Estando a falar de duas pessoas experientes, o gesto não pode ter sido inocente. Aquela imagem transmite uma mensagem: «Aqui és bem-vindo». E é isto que se reveste de extrema delicadeza.
Como se sabe, Queiroz esteve para ser treinador do Benfica e recusou. Criou um problema com o Sporting e desde que regressou à federação não deu um passo para o resolver. Como se não bastasse, vai agora ao Dragão e senta-se ao lado do presidente do F.C. Porto, local impróprio para um seleccionador que, suponho, está ali em missão de observação dos jogadores portugueses do plantel de Jesualdo Ferreira.
Dirá o leitor que exagero e que passar hora e meia ao lado de Pinto da Costa não traz mal ao mundo. Talvez exagere, mas nestas questões exige-se ao seleccionador que reflicta bem sobre todos os passos que dá. E este foi tudo menos reflectido.
Para dizer a verdade, acho que muito pouco do que Carlos Queiroz fez até agora na selecção resulta de um pensamento estratégico e estruturado. Muita frase vazia, nenhuma ideia que valha a pena defender, escassa convicção, o equívoco de pensar que lhe sobra tempo para fazer uma «equipa para o futuro» e agora este episódio que, qual «boomerang», voltará para o assombrar. Oxalá esteja enganado.
P.S.: Sem querer ser moralista, o facto de Pinto da Costa estar suspenso por dois anos, pela Federação, também aconselhava alguma prudência. Fonte SiteMaisFutebol por Luís Sobral
Atenção: não estou a comparar a gravidade e o impacto das acções. Apenas a falta de lucidez e oportunidade comum a ambas.
É escusado ignorar que nesta altura existe em Portugal uma comparação tão inevitável como despropositada entre Queiroz e Scolari. Inevitável porque um sucedeu ao outro. Despropositada porque comparar os dois treinadores é apenas uma forma simplista de analisar a carreira da selecção. E, já agora, porque às vezes é um bocadinho irritante que as algumas pessoas ignorem o que de bom a equipa nacional fez antes de o brasileiro campeão do mundo chegar a Portugal.
Bom, mas a comparação existe e está longe de ser favorável a Carlos Queiroz, que ameaça dividir o que Scolari em parte uniu. E sublinho o em parte. Como na história de Astérix, faltou ao ex-seleccionador tocar o coração dos adeptos do F.C. Porto, pelo menos aqueles que seguem mais de perto a cartilha de Pinto da Costa.
Pois bem, que faz Carlos Queiroz depois de uma semana de críticas, umas justas, outras severas, meia dúzia mal intencionadas? Vai sentar-se ao lado do presidente do F.C. Porto.
Estando a falar de duas pessoas experientes, o gesto não pode ter sido inocente. Aquela imagem transmite uma mensagem: «Aqui és bem-vindo». E é isto que se reveste de extrema delicadeza.
Como se sabe, Queiroz esteve para ser treinador do Benfica e recusou. Criou um problema com o Sporting e desde que regressou à federação não deu um passo para o resolver. Como se não bastasse, vai agora ao Dragão e senta-se ao lado do presidente do F.C. Porto, local impróprio para um seleccionador que, suponho, está ali em missão de observação dos jogadores portugueses do plantel de Jesualdo Ferreira.
Dirá o leitor que exagero e que passar hora e meia ao lado de Pinto da Costa não traz mal ao mundo. Talvez exagere, mas nestas questões exige-se ao seleccionador que reflicta bem sobre todos os passos que dá. E este foi tudo menos reflectido.
Para dizer a verdade, acho que muito pouco do que Carlos Queiroz fez até agora na selecção resulta de um pensamento estratégico e estruturado. Muita frase vazia, nenhuma ideia que valha a pena defender, escassa convicção, o equívoco de pensar que lhe sobra tempo para fazer uma «equipa para o futuro» e agora este episódio que, qual «boomerang», voltará para o assombrar. Oxalá esteja enganado.
P.S.: Sem querer ser moralista, o facto de Pinto da Costa estar suspenso por dois anos, pela Federação, também aconselhava alguma prudência. Fonte SiteMaisFutebol por Luís Sobral
0 comentários:
Enviar um comentário